segunda-feira, 3 de maio de 2010

eu, o outro

Cada um no seu quadrado, mas com a possibilidade (necessidade?) de juntar os quadrados, desmanchar o arranjo, rearranjar, fazer parcerias, colaborações, voar solo às vezes etc. Não combater as diferenças, se ainda não for possível tolerá-las. Tolerar as diferenças, se ainda não for possível aceitá-las. Cada um no seu momento.
Às vezes me impressionam a qualidade da literatura e música infantis brasileiras, não fôssemos o país de Monteiro Lobato. No caso da música, é até engraçado. Música infantil hoje é Arnaldo Antunes, Adriana Calcanhoto, como já foi Chico e Vinicius. E Palavra Cantada, claro.
Acho que esses adultos que andam por aí sobrevoando obssessivamente o proprio umbigo, ressalvando fatores sócio-econômicos, sofrem da síndrome da pouca exposição à literatura infantil. Parece que acham que precisam afirmar seus direitos. É lindo que haja direitos de milésima geração, mas há que se atentar para as responsabilidades correspondentes... E saber que pensar no outro não tem nada a ver com se sacrificar, abrir mão de sua identidade etc.
Todos esses pensamentos afloram devido à audição de Mil Pássaros, CD do Palavra Cantada que apresenta sete histórias de e narradas por - pausa para reverência profunda - Ruth Rocha. Para cada história, o Palavra canta uma canção. Na história bom Dia Todas as Cores, há um camaleão que tenta agradar ao gosto de todos os animais, mudando de cor ao sabor dos pedidos. Depois de um longo e cansativo dia de mutações cromáticas, resolve seguir sua cabeça, na filosofia de ser feliz para então transmitir felicidade aos que estão ao seu redor. Frase que fecha a história: "quem não agrada a si mesmo, não pode agradar ninguém". É por aí.
Ah, a canção:

Camaleão de Paulo e Zé Tatit, com o Palavra Cantada

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