sexta-feira, 30 de abril de 2010

Montessoriando

Clara (e Matias) estuda(m) em uma escola montessoriana, e somos fãs da filosofia. Vejam alguns dos pensamentos expostos em cartazes/panfletos:

"Todo o trabalho de aprendizagem pode ser resumido como uma busca diária da resposta à questão: como podemos ser felizes?"

"Incentivamos a criança a: pensar diferente; pensar por si mesma; pensar nos outros".

Essa semana teve a Feira do Livro, em parceria com a tradicional Livraria Eldorado. A Agrupada (turma que reúne crianças de várias idades e em vários estágios de aprendizado) de Clara confeccionou em conjunto o livro da Linda Rosa Juvenil:


segundo Clara, ela fez os corações na casinha e Ana Julia

(melhores amigas ontem, hoje e sempre*) pintou o telhadinho rosa.

A escola estava com os murais repletos de poesias de Vinicius (As Borboletas) e quejandos, além de exposição de trabalhos variados das crianças e adolescentes. A Agrupada III (1° ao 4° ano, aproximadamente) produziu classificados poéticos:


>>> Vende-se um homem de algodão doce, pipoca e chocolate, que faz o bem para todos, não joga lixo na rua, não polue as coisas e as plantas. Quem tiver interesse procure por Leticia e Luiza na rua do .

>>> Vende-se plantas alienígenas que são mágicas, cheias de brilho, feitas de Lego e que fazem as pessoas felizes para sempre. Quem quise procure Bruno Luiz e Yago na Rua do Lego número 1235.

>>> Procura-se um leão com corpo de elefante, uma toupeira com o corpo de uma formiga, um gato com o corpo de sapo, uma girafa com o corpo de zebra, um sapo com corpo de baleia, uma tartaruga com corpo de passarinho. Ligue para Bruno Caldeira e João pedro, na Rua da Feira, 26 e 29.

>>> Compra-se um mar feito de brilho, com àguas azuis, muitas conchas brilhosas, peixes de amor e areia de sal. Se tiver dúvida, ligue para o número . Soraya e Luiza.

>>> Vende-se sonhos para brilhar no céu. Sonhos que nascem para cantar e dançar. Os sonhos da Tia Márcia** que sonha ser professora. Sonhos que andam lá no céu. Quem quiser procure Beatriz e Letícia na Rua do Céu, 22.

* Barbie e o Castelo de Diamante, 2008.

** auxiliar da escola.

quinta-feira, 29 de abril de 2010

Num cinema perto de você

As melhores coisas do mundo, filme brasileiro de Laís Bodanski, com trama baseada nos livros da coleção Cidadão Aprendiz , de Gilberto Dimenstein * e Heloísa Prieto, que já haviam gerado uma peça de tatro, Mano, nome do personagem principal desse filme adolescente que vale o meio ingresso na promoção Mastercard (aquele cuja propaganda diz que determinadas coisas não têm preço, o que não invalida o conceito...). Gostei bastante e já providenciei alguns livros da coleção no Trocando Livros e na Estante Virtual. Depois que ler, eu conto.

Contar a história do filme sem afrontar os princípios do M.A.T.E. (Movimento anti-Trailer Explícito - ver um post desses aí embaixo, chega de links!) não rola, mas para guia da aeronave da minha comadre Leticia, não tem violência infantil, mas tem uma situação-dramática-pra-dar-ritmo-ao-final-e-criar-um-certo-frisson-nos-adolescentes-no-cinema-que-não-têm-quarenta-anos-de-sala-escura, que à minha comadre Érica pareceu um pouco over. Tem também um indivíduo cognominado Fiuk, que, graças à Wikipédia descubro ser filho de Fábio Júnior (e não de Glória Pires), vocalista de uma banda, ator (?) de Malhação e responsável por inúmeros suspiros na sessão das duas. Mas se você não é uma fã histérica de treze anos, pode apreciar o trabalho do protagonista Francisco Miguez e de Denise Fraga, entre outros.

O filme é realista sem querer esfregar umas verdades na cara de ninguém e lírico sem ser piegas. Meio assim como uma boa letra de Arnaldo Antunes, por sinal parceiro de BID na canção-tema (que só me lembro de ouvir tocar no trailer, mas, enfim...). Pareceu-me tanto uma boa abordagem do universo púbere para pais (e futuros pais) desses seres (humanos e) estranhos como uma história com a qual os protagonistas de suas próprias histórias adolescentes podem se identificar. Ah, eu fiquei sabendo do filme por um trailer ao assistir High School Musical Brasil - o Desafio (não basta ser pai etc.), mas acho que isso não vem ao caso.

A mim não incomodou o intenso sotaque paulistano. Para ser universal, é preciso falar de seu vilarejo. Mesmo que o vilarejo seja Sampa.

Popularidade, eleições pro grêmio, preconceitos, descoberta do sexo, inesperadas viradas familiares, amizade, amor, música. A canção do Arnaldo Antunes dá um panorama da lovestory (tinha que ter) entremeada no filme, que "demorou mas veio, como a hora do recreio" e termina dizendo que "agora o tempo pode passar". Passa, pra todos nós.

Não sei se ajudei alguém a querer ver o filme ou não. De qualquer forma, o site traz um Gerador de Melhores Coisas do Mundo bem legal. Tive que dar um F5, porque não conseguia decidir entre Jogar Video-Game (o que? onde?) ou Ter um Supercelular (?) (já foi mais fácil escolher entre Pizza e Viajar pelo Mundo - Pizza, claro!), mas afinal percorri bravamente todo o processo e no fim vejam o resultado de minhas escolhas:

* Entrei pra pegar o link e vi essa matéria sobre as profissões do futuro. O item organizadores de vidas eletrônicas guarda uma semelhança incrível com a vida de bibliotecário. Ou acham que é autobrasa-pra-sardinha? Cartas para o editor.

quarta-feira, 21 de abril de 2010

Uma canção às quintas - O Samba Me Diz

Antes de mais, a canção:



O Samba Me Diz (Fred Martins / Marcelo Diniz)

Cada vez mais me convenço da impossibilidade de separar música e letra, ou de "ler" uma letra abstraindo da melodia. Sobre o assunto, há um texto didático, extremamente didático (leiam com a melodia da canção do Jota Quest, please) de Francisco Bosco: "Letra de canção é poesia? In: BOSCO, Francisco. Banalogias, 2007." Como o texto, salvo engano, não está disponível online, a mesma questão foi (bem) tratada por Antonio Cícero neste post do Acontecimentos.
Bom, teorias à parte, claro que dá pra analisar uma letra sob o aspecto literário, mas a questão é que o contexto do gênero (samba, rock, tango, baião), com seu universo semântico e suas tradições influencia; a ascensão ou a descida da melodia em determinada plavra influencia os entido, a maneira de cantar influencia. Um exemplo retirado de um livro do Luiz Tatit (às favas a referência, hoje é feriado!): a letra de Detalhes, se lida sem conhecimento da canção, parece rancorosa: Não adianta nem tentar me esquecer, durante muito tempoe m sua vida eu vou viver. Que praga de ex, não? Pois bem, a canção cantada é o que é.
Mas nesta apreciação de O Samba Me Diz, não vou entrar nesse pormenores. Eis a letra, pus a pontuação pra facilitar o comentário:


Pode amanhecer. O que doeu assim
já desabrochou com o que eu chorei de mim
Pode o dia vir me despertar.
O que, ontem, era dor, é flor no meu jardim.

Podem espalhar que eu não sei o que fiz.
Podem até zombar de cada cicatriz,
apontar a minha insensatez,
mas não venham dizer que eu nunca fui feliz.

Pode ser que até digam que eu não soube amar,
mas, quem espera do amor só a dor, o saberá?
O amargo sabor já se foi, hoje eu canto o que o samba me diz;
- Não é feliz quem maldiz o amor.

Ouvindo a música meio de relance, por causa da levada e do parentesco com sambas clássicos da bossa nova, principalmente os com letra de Vinicius, a gente imagina que é mais uma história de amor e dor, tipo "todo grande amor só é bem grande se for triste". No entanto, Marcelo Diniz aproveita o universo do samba-canção para compôr uma letra que passa a mensagem oposta, como por exemplo quando admite "pode ser que até digam que eu não soube amar", mas retruca: "quem espera do amor só a dor, o saberá?".

Um dos recursos da letra é o uso repetido do verbo poder na abertura de vários versos, mas com dois sentidos. Nos primeiros versos, o narrador autoriza o dia a amanhecer e a despertá-lo, porque o que doeu já desabrochou, o que ontem era dor agora é flor, celebrando a recuperação de um mal de amor subentendido. No prosseguimento da canção, o verbo poder indica uma possibilidade, "podem espalhar", "podem zombar", "pode ser que digam", ecoando o samba Você e Eu, de Carlos Lyra e ... Vinicius! Que se dane o mundo, pode acontecer o que for, não tô nem aí, não é feliz quem maldiz o amor.

As ordens inversas e o deslocamento do sentido das frases em relação à divisão da melodia (exemplo, no início do samba, "o que doeu assim" não é o que "pode amanhecer", mas é o que "já desabrochou', que está no verso seguinte) reforçam esse estranhamento, que exige que se reouça a canção apra apreendê-la e compreendê-la em sua totalidade. Recursos no qual é mestre Marcelo Diniz, como por exemplo em Raro e Comum, que começa com essa pérola:

Não vou deixar pistas, e tudo
o que eu fizer já terá sido

Não acharam essa coca-cola toda?

Tentem ouvindo a música, e percebam o deslocamento do sentido, como se a vírgula fosse omitida e disséssemos "não vou deixar pistas e tudo". Essas gracinhas com o casamento/afastamento das frases musicais e semânticas dão todo um encanto às canções, embora pra música bonita não tenha receita. Em Raro e Comum ainda tem essa brilhante frase "não vou rimar amor e dor", já rimando. Até a minha filha (deixa de ser coruja, bobo!) percebeu o meta-humor da frase. Em homenagem a ela, colquei o player rosa:


Raro E Comum

quarta-feira, 14 de abril de 2010

O futuro dura muito tempo

Título de uma peça/livro, peraí, confirmei no Google, de Louis Althusser. Mas não é o caso de contextualizar o tema. Só gosto da expressão, e como aqui no Etc. a gente pode sair da rapadura para a carne seca sem muito (nenhum?) constrangimento, por conta da participação no concurso do Leoni (posts Votem em mim e Sai chorando) acabei ouvindo as músicas mais recentes do próprio e recomendo.

O Leoni tem um site muito legal, com uma área de downloads onde é possível baixar o mp3 de seus trabalhos mais recentes, com cifras e letras. Já sei, clicou e pediram um cadastro. Bom, a ideia do Leoni é essa mesmo, criar um contato com pessoas interessadas no seu trabalho. Por conta dos concursos e outras promoções bem-boladas, o site já tem mais de 46 mil cadastrados, convertendo-se em poderoso veículo de divulgação da carreira do artista. O bacana é que o Leoni entra nos fóruns o tempo todo, dialoga com os fãs (inclusive uns chatíssimos, se for o caso) na maior civilidade e atenção e o troço acaba virando uma, desculpem a expressão, rede social. A mãe do Leoni entra nos fóruns, e é um doce. Um grupo de participantes do concurso postamos, deixa eu ver, 2739 posts em um fórum intitulado Os Pertur-Bardos, que gerou inclusive um blog, só doideira, mas de boa cepa.

Eu sempre fui fã do Kid Abelha, e meus cadernos de música tinham coisas como Nosferatu, Fórmula do Amor e Esse Outro Mundo, naqueles verões emocionais dos anos 80 (século passado, vcs estavam lá, lembram? Depois ouvi Garotos II (perto de uma mulher / são só garotos) no rádio, e aí perdi um pouco o Leoni de vista. Descobri agora que ele persiste num pop azeitado, com canções sugestivas, sem pretensões e experimentalismos, com parceiros vários e títulos como As cartas que eu não mando, Hora de pular do trem, Criado-mudo, A noite perfeita.
Bom, e o futuro com isso tudo? Tem uma dessas canções do Leoni rolando forte no meu mp3 que fala dessa vontade de ser feliz, mas falta sempre algo acontecer, tem que esperar alguma coisa melhorar e contrapõe na lata: do it now! "agora é o futuro que eu andava esperando", mas deixemos que o áudio abaixo conte melhor*:





Se não agora, quando?

Depois se quiserem dizer que isso é papo de otimista, blablabla, me processem, eu recorro até o Supremo, e vai levar uns trinta anos. Pensando em outra frase, de Keynes, "no longo prazo estaremos todos mortos". Ao que retruca Emmanuel, pela psicografia de Chico Xavier, encerrando este post meio alucinado: "Embora ninguém possa voltar atrás e fazer um novo começo, qualquer um pode começar agora e fazer um novo fim".

E se ainda de quebra quiserem uma canção romântica do Leoni (me processem, me processem), tem ainda Lado Z, uma canção que (pretensãããooo..) eu gostaria de ter feito**, talvez (PRETENSÃÃÃÃOOO....) mudando um detalhe na letra:




Lado Z

*a letra de Se Não Agora, Quando?, parceria de Leoni com George Israel e Luciana Fregolente, segue abaixo, esperando que tenham ouvido a canção, pois aprendi aí nas oficinas da vida que a canção só se comunica mesmo cantada e ouvida, ler a letra é outra onda, mas não é a canção.

Serei feliz quando juntar dinheiro / Der a volta ao mundo e mudar de emprego / Serei feliz quando estiver mais magro / E couber em qualquer roupa que estiver na moda / Serei feliz quando tiver respostas / Quando for famoso e me sentir seguro / Serei feliz quando ela for embora / Quando o meu país me parecer mais justo

Serei feliz quando a dor passar / Serei feliz em outro lugar / Serei feliz quando você ligar / A sorte é que tem sempre alguém pra me lembrar

Que agora é o futuro / Que eu andava esperando / Agora é o futuro / Se não agora, quando, quando, quando, quando?

Serei feliz quando eu tiver dezoito / Sair de casa e comprar um carro / Serei feliz quando aos trinta e poucos / Comprar a minha casa e a vida for mais clara / Serei feliz quando um verso meu / Te fizer chorar e perder a fala / Serei feliz quando eu abrir a porta / E encontrar os meus problemas arrumando a mala

Serei feliz quando o sol nascer / Serei feliz quando Deus quiser / Serei feliz quando merecer / Mas escrevo pelos muros pra não me esquecer

Que agora é o futuro / Que eu andava esperando / Agora é o futuro / Se não agora, quando, quando, quando, quando?

** mais sobre as canções que eu gostaria de ter feito em outro post, qualquer dia, no futuro, quem sabe...

sábado, 10 de abril de 2010

Raminho de oliveira

Hoje que o Rio apresenta um ar de sol, é hora de sacudir a lama da tragédia, e seguir em frente. Se você não tem alguém perto de você que precise de ajuda (o que, aliás, é difícil nesses dias), pode colaborar em um desses locais de captação de doações. Como sempre, ao caos do Brasil e do Rio se levanta a beleza da solidariedade. O pessoal do site do Leoni também está participando da mobilização, a entrega dos donativos vai ser no show dele, dias 24 e 30, nas Lonas Culturais de Vista Alegre e Bangu.
E porque a tristeza é grande, mas a mobilização tem que ser maior, vejam aí esse clipe, pra dar uma levantadinha no astral.

quinta-feira, 8 de abril de 2010

Sai chorando!

Toda noite, Clara tem que ter "uma história de livro"* depois uma "história de olhos fechados...", antes de embarcar pro país de Morfeu, coisa que ela desde bebê nunca gostou muito. A parte do livro é ótima porque já vai criando o gosto pela leitura, e as histórias contadas têm também seu lado divertido (e cansativo...). Mas pior é quando rola a requisição de que a tal "de olhos fechados" seja "história inventada". Eu já fiz muito, mas ando com os neurônios meio desgastados, então apelo pro enredo de filmes/desenhos, que ela também gosta, e pra mim é mais fácil. E tome de Barbie e as 3 Mosqueteiras, Barbie Vida de Sereia, Alvin e os Esquilos, Hannah Montana o Filme, A Noviça Rebelde, Barbie e o Castelo de Diamante, Turma da Mônica em uma Aventura no Tempo, Barbie Princesa e Plebéia, Cinderela 3**, Vira-Lata e o que tiver sido visto no cinema ultimamente. De vez em quando acordo contando barbaridades tipo "aí a Ariel perdeu o sapatinho..." "Pai, ela é uma se-rei-a!". Já a mãe tem um vastíssimo repertório de Irmãos Grimm e histórias do avô, além da própria imaginação, e vai levando.

Tentando finalmente chegar no título do post, tem a tal história do Rumpelstizinho (no original Rumpelstiltskin, ou algo assim. Não sei se é adaptação, mas quando as candidatas a princesa erram a resposta das charadas (uma caixinha / de bom parecer / não há carpinteiro / que saiba fazer - resposta no fim do post0, a Rainha detona: "- SAI CHORANDO!!!!.


Tudo isso pra dizer que não ganhei a votação do paredão do concurso do Leoni, mas agradeço o apoio. Ainda há uma repescagem, mas o que valeu mesmo foi a diversão e os amigos virtuais que fiz no site, dentro do fórum dos pertur-bardos, que hoje acabou gerando um blog. Rolam atualmente vários outros concursos na área da canção brasileira: jingle da Claudia Leitte pra Copa, Arnaldo Antunes/Estadão e Herbert/Nextel - o video de lançamento é genial, mas eu sou suspeitíssimo pra falar de Mr. Vianna...

*Ou ver um livro, ela está arriscando ler os títulos dos capítulos, por exemplo, da Bruxa Boa (Lya Luft), com assistência, e tem também uma série de livros Onde Estão os Animais da Floresta/Selva/Fazenda etc, tipo um Onde está Wally. Nas figuras de página dupla, tem sempre um animal que não devia estar ali, tipo um urso polar no deserto ou um canguru na fazenda. Um intruso, como diz o livro. Pois bem, sabe-se lá por que cargas, Clara chama o bicho deslocado de ecossistema de "roubador". Não conseguimos mais mapear a etimologia da palavra, ficará para os futuros estudiosos do clarês médio, variante do português praticado no início do século XXI na região da Grande Tijuca, Rio de Janeiro, que... mas isso já é outra história, quer dizer, post.

** Não topa mais Cinderela 3, já está meio crescida pra princesas. Quer dizer, ainda curte uma Ariel, uma Yasmin, uma fantasia da Princesa Aurora, mas já não é a mesma coisa. E eu que gostava tanto dessa sequel, com viagem no tempo, e uma Cinderela Power que cotovela a parede da abóbora transformada em carruagem enfeitiçada pela madrasta que se apossou da varinha mágica, quando então... Foi mal aí, mempolguei, aluguem o DVD... Mas que é maneiro ela olhar o castelo cintilando ao longe, o ratinho perguntar: "Oh, Cinderela, e agora o que você vai fazer?", porque o Príncipe*** estava casando com um clone da Cinderela, uma das irmãs feias e invejosas, tudo por artes da madrasta malvada que conjurou o lado negro da força, e a Cinderela responder: "Voltar pro castelo. Não vou perder meu casamento por nada desse mundo...", lá isso é maneiro.

*** Há um tempinho atrás: "Clara, como é mesmo o nome do príncipe da Ariel?" "Eric" E da Bela Adormecida? "Felipe" E da Cinderela?" "Herdeiro".

resposta da charada do Rumpelstietc: ovo.

quarta-feira, 7 de abril de 2010

Votem em Mim!




Só até amanhã (8/4)! Cliquem AQUI.


Tem um rápido cadastro. Já ouço Pad dizendo, Pô, só faltam pedir a data da vacinação contra a varíola! O que vale é a amizade...



Pra saber em que votar, por que votar, continuem lendo:


Estou de novo em um concurso de composição do site do Leoni. Ele deu um soneto de sua autoria para os interessados musicarem. Mesmo sem tocar nada além de assovio, fiz minha tentativa. Devido a um impedimento da minha amiga cancionista Clara Gomes (do Bichinhos de Jardim, e que tem o mesmo nome e sobrenome da minha filha, mas isso etc.), fui obrigado a cometer uma interpretação (!?) própria, com o auxílio do violão de outro concorrente, o meu amigo... Nuno Rau. Ano passado participei de outro concurso do Leoni, às avessas, como alguns devem lembrar, ele dando a melodia pra gente letrar, o que era mais possível. Quem não viu, taquí. Lembrando que o que estava em jogo era a letra, a interpretação era só pra mostrá-la ;D.


Essas participações são mais um fruto das oficinas de letra de canção de Fred Martins, primeiro com Francisco Bosco no POP, depois com Marcelo Diniz na amena e agradável localidade de São João de Icarahy na Vila Real da Praia Grande, ou, para leigos, Icaraí, Niterói. Minha experiência anterior com as paródias da Praia de Carapebus não impediu que eu fizesse o Fred e o Francisco sofrerem bastante com letras que assim, veja bem, sabe como é, não, tá bom, mas... Algum tempo depois, já dá pra se arriscar mais. Na última oficina ano passado, antes do Fred partir para a ponte aérea Galícia-Nicty, ele fez uma proposta de levarmos uma melodia. Eu tinha uma composta de assovio na rede da casa azul de Titice e família, Parada na Beira do Mar, para a qual o Fred fez uma melodia de segunda parte num exercício da oficina e que aliás precisa ser gravada e mostrada ao mundo, alô Nuno Rau. Agora fico gravando ideias de frases musicais no celular pra não esquecer. Letra ainda é disparado mais minha praia, mas o lance das melodias é divertido.


O concurso do Leoni tem 150 candidatos, vários paredões, um julgamento final com a participação de três compositores e um fórum de debates no site que é absolutamente hilário. E não, eu não comecei o blog só pra agora pedir votos. Tanto que mandei também um e-mail pra (quase) todo mundo que conheço hehehe.

terça-feira, 6 de abril de 2010

Clara às terças

Viram Avatar? Gostei mais de Guerra nas Estrelas.

Quem já leu algum post aqui sabe que miha filha Clara aparece toda hora. Mas, vá lá, ela nasceu numa terça, hoje é terça, e sempre achei estiloso blogs que tem essas seções semanais. Reeditando a antiga Dito e Feito*, do Correio de Clara, irregulário que etc.:


- Pai, você vai ficar 10 anos mais jovem.**
- Mãe, o pai tem um buraco na cabeça!
- Pai, você é careca!***
- Eu vou dar um jeito no seu cabelo.****



antes


depois



Tá certo, não melhorou tanto assim, mas ela só tem 5 anos e milagres capilares (bom título prum blog, não? Não.) são raros mesmo.

* Dito e Feito são personagens da série Cocoricó, da TV Cultura. Na música-tema tem um có-có-coral que aos dois anos Clara chamava de cocolau, papai, cocolau, e que custou, mesmo com todo transdoutorado em clarês, a ser entendido.
**Também rola Discovery Home and Health na telinha aqui de casa...
*** Há um certo exagero na afirmação...
****Pelo menos não rolou nenhum comercial de Sprite. Dessa vez...

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Sobre o feriado forçado pela chuva:

- Eu achei que ia acordar, mamãe já tinha ido trabalhar, você aqui na sala, esperando a rua esvaziar, Nena já tinha chegado, eu ia fazer minha vidinha, brincar, tomar banho, almoçar, ir pra escola....

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Dos arquivos - omitido, salvo engano, senão vale o replay, no Correio de Clara n. 31, ela aos três anos:

QUEM CONTA UM CONTO

- Pai, eu vou contar a história do João e o Pé de Feijão. Era uma vez, subindo pelo pé de feijão, lá em cima, tinha uma galinha. O João queria a galinha, mas só a avó emprestou. Aí a princesa – mas era a princesa da bruxa – foi pra casa triste. Aí o moço ruim pegou, levou a mãe, levou a avó, levou a galinha, levou todas pro marreco. Aí veio um moço muuuuito legal e soltou elas e pegou uma espada bem grande e eles ligaram o ventilador bem forte e o moço ruim foi embora no vento. E fim.

FASE AZUL

Tal qual Picasso, Clara viveu sua fase azul há uns três meses, quando caiu-se na besteira de deixá-la sozinha na sala brincando com uns carimbos de tinta recarregável. “Ela está tão quietinha...” A fase azul englobou camiseta, tórax, rosto, mãos, língua, antebraços, mesinha de desenho e graças a Deus parou por aí, poupando sofá, paredes etc. Só nos lembramos de façanha semelhante do nosso leitor assíduo, crítico benevolente e jornalista consagrado nas horas vagas – Sérgio Léo – que, rezam as tradições familiares, teria explodido no século passado uma caneta, por meio do singelo expediente de vir riscando a parede até encontrar uma tomada. Quando seu pai chegou do trabalho, “Serginho ainda estava meio azul...”

HORA DE DORMIR

- Vem dormir, Clara.
- Ah, não, Mãe, tô dando comidinha pa todo mundo...
- Mas filha, eu não falei que quando acabasse Cinderela 3 tava na hora de dormir?
- Ah, não, Pai. Pála, Pai.
- Que horas você vai dormir?
- Oito.
- Mas são dez e meia....
- Vem, filhaaa....
- Sai dessa aflição, Mãe!

DICIONÁRIO

Cada vez mais fã das canções curiosas do Palavra Cantada e congêneres, as letras despertam um interesse semântico compreensível em Clara:

- Pai que que é colosso?
- É uma coisa muito grande, muito boa.
- E infinito?
- É uma coisa que não acaba nunca.
- É. Por exemplo: meu macaco não acaba nunca de desenhar!

CURTINHAS

- Clara, o sapato tá trocado.
- Eu concordo que o sapato não é nesse pé.

- Sentaí, Giovana . Você é muito descarinhosa...

- Pai, quero água. Bota do velcro da pia.

- Bernardíssimo! (exclamação solta em conversa com um dos bonecos, contexto não esclarecido. Sempre lembrando que Benado Bandão é um dos coleguinhas do Grupo Verde da Creche.)

- Macaco Rosa, não minga (choraminga?)não.

- Não quelo!
- Por que não?
- Porque não!
- Não, assim não pode. Tem que explicar porque não quer.
- Porque nãozinho... (com suavidade, ternura e meiguice. Vai resistir...)

- Sua Dinda mandou um beijo pra você.
- Tá, eu acredito.

- Não gosto de água de côco. Me dá água sem côco?

- Quero lenço dimecido
- É u-me-de-ci-do.
- Om-be-ne-ci-do.

- Clara, e você, vai ser o que quando crescer?
- Cachorro...


COM QUEM SERÁ

- Pai, o que é isso no seu dedo?
- É minha aliança, um anel, que eu pus quando casei com a Mamãe.
- Eu também vou botar um anel no dedo quando casar. Talvez com Pedro ...

CANCIONISTA

Deu pra inventar letras de música em cima das melodias de canções conhecidas. A quem será que essa menina está puxando?:

“Ela foi no Tororó
Ela não achou água pa beber
Nem biscoito pa comer
Nem manteiga pa lamber
De noite ela não quis, jogou no chão
E ficou sem nada pa botar no pão.”

PERSPECTIVA

- Pai, pega o lápis azul ali no chão?
- Mas, Clara, você tá mais perto...
Sai voada para o corredor e lá da porta do banheiro manda:
- Pai, você tá mais perto. Pega....

CASTIGO DRÁSTICO

Dirigindo-se à boneca:
- Agola vai ficar sem comer.
- Mas por que, Clara?
- Ela não tá obedecendo.
- Mas, filha, deixar sem comer é um castigo muito sério, não pode deixar a criança sem comer porque não tá obedecendo, ela vai ficar com fome, fraquinha. Não, esse castigo tá muito ruim.
- Mas ela vai poder correr!!

SINCERIDADE

- Clara, já tomou as bolinhas (homeopatia, homeopatia)?
- Já.
- Mamãe te deu?
- Deu.
- Não tomou nãooo... (vem a voz da Mamãe).
- Eu tô quelendo mentir...


MEU CONGA É VERMELHO

- Giovana nem reconheceu meu sapato... Mas Rodrigo adolou a cor!
Giovana, segundo relatos dos pais, fica se vestindo e perguntando: “Será que Clara vai de arco hoje?” Enquanto isso, no Principado do Verdun, é a mesmíssima coisa: “Será que Giovana vai de manga comprida hoje?” “Será que Clara vai de short-saia?”
Será que Giovana vai de enfeitinho no cabelo? O tal sapatinho vermelho os pais da Giovana foram obrigados a comprar um igual ao de Clara. Até que uma bela sexta-feira, Clara veio pra casa com um pé 23 e outro 26. As duas tinham trocado só um pé do sapato...


HABITAÇÕES

- Clara, a Giovana mora numa casa ou num apartamento?
- Apartamento.
- E o Rodrigo?
- Numa casa.
- E a Juju ?
- Num castelo...

À toa

Feriado forçado pelo dilúvio, a gente fica até meio sem saber o que fazer. A filha dorme, se recuperando das emoções de três horas ilhada na escola ontem (graças a Deus com a mãe...).
E aí? Acompanho as notícias? Durmo também eu? Assisto mesmo ao Orgulho e Preconceito versão BBC? Atualizo os telefonemas? Continuo a leitura de Wives and Daughters, de Elizabeth Gaskell, autora inglesa do século retrasado que descobri nesse post do Jane Austen em Português?*

Já sei, já sei: blogo.

Por falar em Jane Austen (se for falar da Portela etc.), me veio à cabeça a fala do Mr. Bennet (ATENÇÃO, SE VC NÃO CONHECE AINDA A TRAMA DE ORGULHO E PRECONCEITO, NÃO CONTINUE A LER!)** após ter duas de suas cinco filhas pedidas em casamento no mesmo dia: "Se algum jovem vier buscar Mary ou Kitty, pode entrar, estou à toa."***

Eu à toa, Jane Austen na cabeça por conta da releitura de Persuasion, e atravessando aquele período de síndrome pós-livro, que ocorre com maior intensidade quando o livro foi bom (e chega a desnortear um pouco a pessoa quando é um Jane Austen, mesmo relido, ou um Harry Potter, ou Wings), lembrei de indicar, pra quem não tem o DVD com extras, este final alternativo da versão 2005 de Orgulho e Preconceito, para o mercado americano, com beijo no final. O britânico acabava na tal fala do Mr. Bennet, vivido por Donald Sutherland****. Por uma vez, prefiro a versão americana à britânica. É uma vez só, seguidores anglófilos, não precisam cancelar a assinatura...






*infelizmente, acho que sem livros em português :(


** desculpem a gritaria, mas os estatutos do M.A.T.E. me obrigam a fazer tais avisos.


*** AUSTEN, Jane. Pride and prejudice. Londres: Penguin, 2003. Cap. 59, p. 357. Tradução (ai ai ai) nossa.


****Fiquei na dúvida se o Donald Sutherland já tinha subido (não, ainda tá na área) e descobri o site Dead or Alive.

Só o blog bóia

Desde ontem, Rio, Niterói e adjacências vivem um caos bem maior que o habitual, por conta de praticamente 16 horas de chuva seguidas. Pra sintetizar a ópera, choveu dois meses em um dia. São as águas de abril etc.

cercanias da casa de duas seguidoras do blog, em Icaraí, agora de manhã

O jeito foi dar a partida em um tuíter familiar, que prossegue aqui. Só que pra capacidade verbal da minha família, precisamos de pelo menos uns 140 mil caracteres...

Desde ontem o celular claudica*, mas eventualmente fala. Clara dorme, após a epopéia de ser resgatada da escola com a mãe às nove da noite. Por sorte conseguimos chegar em casa na santa paz, às onze e meia, antes de piores transbordamentos. Por mais sorte ainda, temos um DVD de Orgulho e Preconceito em casa, para encarar esse dia na toca, já que o expediente foi suspenso e as otoridades pedem pra quem está em casa não sair, e quem está em área de risco, sair.

Devem rolar alguns outros posts ao longo do dia. Tá bom, eu sei que isso aqui não é tuíter. Mas é etc., cebolas!**

*nada a ver com seguidoras de nome Cláudia, a culpa é da etimologia, não minha, já estava assim quando eu cheguei.

** essa expressão, "cebolas", no sentido de "raios" (raios duplos, raios triplos etc.), é comum? Tirei de leituras de infância, Gisela (pronuncia-se Guísela) e o Enigma da Estatueta da Sorte e outros títulos de uma série policial-adolescente da fabulosa biblioteca da Edições de Ouro, cujos resquícios ainda subsistem na casa materna, para as gerações futuras. Tem também na Estante Virtual. Mas, parafraseando o imortal samba de Monarco (vistam pelo menos um blazer pra assistir, cebolas!), se for falar de leituras infanto-juvenis, hoje não vou terminar. Ainda bem que acertei o autor do samba (acho...), ou Pad me detonava em plena Web...


sexta-feira, 2 de abril de 2010

Dá uma olhada

Quando pensei que título dar para a seção de indicações do Correio do Etc me veio logo na cabeça "Dá uma olhada", expressão corrente aqui em casa por causa de um quadro do seriado Sem Sentido, que rola dentro do seriado Sunny entre Estrelas. Grego? Fenício Antigo? Quêquié??? Bom, vê-se que vocês não têm filhos entre 5 e 12 anos. O mundo fabuloso dos seriados americanos pré-adolescentes, para o bem e para o mal, é para iniciados. Hannah Montana, Feiticeiros de Waverly Place, Zack e Cody, I-Carly, True Jackson e o referido Sunny Entre Estrelas estão no rol dos que garantem boas risadas e pouco dano às mentezinhas delicadas e moldáveis de nossos filhos. Mas tudo com supervisão. Se tiverem irmãos em casa, atenção com o possível aumento no índice de implicância. Respostas aos pais espertinhas demais, no mau sentido, também são um sintoma de superexposição. Mas a realidade é que a transição do Discovery Kids com suas canções do Backyardigans, mensagens positivas do Barney, incentivo à vida saudável de Lazy Town (Grego etc.? Vocês não tem filhos de 0 a 4 anos...) para o Disney Channel e a Nick é rápida, brusca e nem sempre indolor para os pais. Porém, faz parte do fascinante processo de crescimento. Faz parte também da segmentação de mídia que vivemos. Os pais vêem Lost (não eu, mas aí já é etc.), Ghost Whisperer, Friends (yes!), Monk (yees!), Seinfeld (YEEEEESSS!!) e os filhos embarcam nas versões para tweens. Antigamente todo mundo via a novela junto. Deve ser por isso que nossos planos para o próximo apartamento incluem três televisores (eu sou do tempo que TV chamava televisor) para três pessoas. A Bela, nossa boxer, ficou sem.

Eu me divirto com os tais seriados. Pronto, já vão cassar meu registro no POP e na Casa do Saber. O que fazer, a vida é assim e nunca é demais, o que mamãe falou não vale mais nada, não vale nadaaaa, como diriam os Fevers. Fevers? Pronto, agora mesmo é que o pessoal do Instituto Moreira Salles não me deixa mais entrar quando eu quiser assistir uma palestra erudita do Wisnik e Nestrovski sobre canção popular. Bom, gostei mais de Hannah Montana, o filme, que da última animação da Disney, a Princesa e o Sapo. E não acho que os programas de televisão tenham toda essa influência nociva, como satirizado por exemplo no filme Artistas e Modelos, de Jerry Lewis*. Não, não acho. Peraí que eu vou correndo ler uma história da Lya Luft pra ela e comprar a coleção completa do Monteiro Lobato. Mas, falando sério, quando vou ligar a tv pra minha filha, sempre arrisco um Rá-Tim-Bum ou Futura. Vai que cola...

Ah, a cena do Dá uma olhada é uma piada bem intraduzível, Check It Out Girls. Check-out pode ser caixa de mercado ou... dá uma olhada. Vejam o vídeo (em inglês):

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*(ÁÁÁÁÁ!! Vincent o Abutre!!! – lembram? Procurando por Jerry Lewis Artists Models no Youtube vêm várias cenas, cito** essa, que tem a ver com o assunto, embora minha preferida (difícil, difícil) seja essa, ou essa, que tem o desfecho imperdível aqui. Difícil, difícil.

**Nat, viu que peguei e apliquei a dica do embed, mas, no caso da nota acima, acho que com links ficou melhor na visualização ;)***

*** nota de rodapé da nota de rodapé da nota de rodapé do post. Começo a pensar se Notas de Rodapé não era mesmo um nome melhor pro blog...

Chico Xavier – o filme


Fomos ver o filme Chico Xavier (Clara na oficina de artes). Para mim, que adoto a filosofia/doutrina/religião espírita há uns dez anos, é muito difícil falar do filme de uma perspectiva não-espírita. Mas a produção é caprichada, Globo Filmes, Daniel Filho, fotografia de Nonato Estrela, trilha de Egberto Gismonti. Atuação impressionante de Nélson Xavier como Chico maduro. O ator conta no Diário de Filmagem do site oficial que antes do filme era ateu e que para ele, o filme era apenas a história de um homem espetacular. "Chico me fez acreditar não só em Deus, mas principalmente no amor". Outras atuações de destaque: Tony Ramos, Angelo Antonio, Giovana Antonelli, Letícia Sabatella, Pedro Paulo Rangel. Além da visão parcial, complica um pouco entrar em detalhes sobre o filme (aliás, qualquer filme), porque sou fundador, sócio remido, presidente e entusiasta do M.A.T.E. (Movimento Anti-Trailer Explícito), sobre o qual prometo falar em outro post, mas cujo mote básico é ser radicalmente contra revelar os melhores momentos de um filme, seja em trailer, seja contando para um futuro ex-amigo. Devo ser o único membro, embora tenha o compreensivo(el) apoio do Mestre Alvimp, cinéfilo, apreciador de futebol, Verissimo, flor do Lácio e bolacha italiana, mas aí já é um terceiro post e como diria o Verissimo, doutor, divago...


Em um panorama geral, o filme tem atuações equilibradas, revelando um ótimo trabalho de direção, um bom ritmo, com cortes de flashback na hora certa, momentos de humor, momentos de grande emoção e a impagável cena do avião. Pronto, falei. Enfim, é a maior diversão. Cinema lotado, ingressos esgotados. Acho que vai ser um megasucesso de público e crítica. Outra coisa: não me lembro de nunca ter visto uma sessão de cinema em que ninguém levanta antes de rolarem todos os créditos, graças a uma ótima ideia da produção que eu não vou contar, senão serei obrigado a me expulsar a mim mesmo do M.A.T.E.


Confiram, em um cinema perto de vocês. E aguardem setembro, quando será lançado Nosso Lar, baseado no livro de André Luiz, psicografado por Chico.


quinta-feira, 1 de abril de 2010

Massinha, biscuit e musicais (pré?) adolescentes







Choveu de manhãzinha, não teve natação da filha, acordamos tarde no feriado (servidor público tem feriado na quinta-feira santa, estabilidade e não tem FGTS – é uma boa barganha) e devido a compromissos maternos estamos até agora (com breve reunião familiar no almoço) por nossa conta. Manhã de massinha. O primeiro é o dela e o segundo o meu. Mais ou menos no mesmo nível, com ligeira vantagem pra ela. Normal, considerando minhas habilidades de coordenação fina e pendor para as artes plásticas. Tá certo que ela me deu umas dicas. Gostei mais do meu sol. Clara vem se tornando especialista na oficina de artes Sandrinha Bela Arte, oriunda de Macaé e que se instalou nesse verão no Iguatemi Rio, com filiais em Santa Catarina e outros. A criança fica uma ou duas horas lá enquanto os pais almoçam, vão ao cinema, compram ventilador de teto pro apartamento novo, e além de desenhos, pinturas, maquiagem, unha decorada, penteados, ainda traz pra casa esses biscuits feitos por ela mesma (com o luxuoso auxílio das monitoras, bem entendido). Observem a coleção:






Depois fomos ao cinema assistir (notem bem, pela segunda vez...) High SchoolMusical – O Desafio, versão brasileira de um musical Disney que, já no original, não era nenhum West Side Story. Mas atire a primeira pedra quem não ficou na fila ou até falsificou carteirinha pra assistir a Grease ou Flashdance, escolham a geração... Por falar em choques geracionais, mandei outro dia um e-mail a vários amigos razoavelmente contemporâneos sobre as duas versões do filme Fama (1980 e 2008). Na minha humilde opinião, o de 1980 ganha longe, mas a versão de Out here on my own bate a original. Há sérias divergências nas hostes da classe de 1985 do Instituto Abel sobre o assunto, mas quem quiser pode conferir as versões:



P.S.: Minhas autoaulas de publicação de blogs ainda não chegaram no capítulo colocar direto os videos do youtube aqui, foi mal aê...

What´s in a name


O complicado de ser bibliotecário é sempre querer buscar as fontes e confirmar as citações (ha ha ha daqui a dois posts provavelmente vou soltar qualquer abobrinha aqui e nem ligar em confirmar – fiquem atentos). Claro (?) que eu sabia que o título aí é citação de Shakespeare, mas confesso que não lembrei logo de onde. Google neles, e é uma fala da Julieta (Pad, Pat, Alvimp e demais amigos com domínio amplo do inglês, eu escutei o murmúrio de "oh! que descoberta!" Sarcasmo não!). Por sinal, relendo um trecho da peça, persiste a dúvida se a Julieta é ou não minha milonga*. O texto da peça fala de seu aniversário na Lammas Eve, e a Wikipedia me diz que primeiro de agosto é o Lammas Day. Nasci à meia hora de primeiro de agosto, logo... Sei lá! Tradutores, help!


Depois desse brilhante nariz-de-cera**, encerro o post falando sobre a escolha do título do blog: Notas de Rodapé ficou ameaçando até os quarenta e dois do segundo tempo, mas quando eu quisesse fazer uma nota de rodapé, como neste post, como ficava? Optei pelo Correio do Etc como uma referência afetiva ao Correio de Clara, irregulário, imperiódico e aleatário de grande sucesso na primeira década do segundo milênio da Era Cristã, hoje extinto. Se como os dinossauros ou os vulcões, o tempo dirá.




* milongo [d´áprés SILVA, Denise Carneiro da, Praia de Carapebus, 198?]: nascido no mesmo dia do ano, embora em anos diferentes (não, obrigado, eu não sou conservado, sou mais novo mesmo, uns quatrocentos anos) – não confundir com malungo, nascido no mesmo ano (Clara e Matias, Pad e Don´Anna, por exemplo).


** na verdade, é nariz de cera, sem hífen, diz-me o Vocabulário Ortográfico da ABL, já disponível online com o acordo ortográfico (dica da Cla – não confundir com a Clara, que nem lê ainda. Quer dizer, nada além de quatro letras, e só se for com as consoantes l, r, s, v, d). Mais sobre a ABL e o fascinante processo de aquisição da capacidade de leitura nos infantes em breve. Provavelmente em posts distintos, mas nunca se sabe.