sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

Última flor


LINGUAZINHA

alcaçuz
seixo e brilho
nas canções
linguazinha

pedra e luz
peixe n´água
construções
pátria minha

água e nau
flor-de-rosa
voz de anzóis
puxa a linha

pedro e brown
caravela
de camões
ao chacrinha

dorival
gil veloso
dos sermões
cirandinha

joão cabral
joão gilberto
pero vaz
pixinguinha

faz miau
universo
viva voz
engatinha

teu batom
no ouvido
tom jobim
na vizinha

cada som
dez sentidos
do latim
poeirinha

quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

Antissocial

Não me conformei muito de escrever com dois esses e sem hífen, mas o acordo obriga.
Tentei algumas vezes (tá bom, uma...) me enturmar com o facebook, afinal sou um (a-ham!) profissional de informação, mas não é minha praia. Sinceramente acho que se a pessoa tem mais de 40, de coração, não dá pra embarcar nessa. O Twitter ainda funciona como fonte de informação, mas o facebook foge ao meu alcance. Como diz o Comandante (personagem que ainda não tinha aparecido no blog, onde eu tenho andado com a cabeça!?), eu devo ter um QI baixíssimo.
Assistindo a A Rede Social (e quase perdendo o início devido à discussão porque alguém sentou no lugar do outro nas cadeiras numeradas, sou totalmente contra lugar marcado no cinema, mas isso já é outro post. Só pra vcs pensarem: quando a sua cadeira está ruim, reclinando além do razoável [ingresso 30 paus, Kinoplex], e o cinema todo vendido, você faz o quê? Cartas para a redação), confirmei o que, por exemplo, Francisco Bosco já tinha escrito muito melhor que eu, em sua coluna (toda quarta no Segundo Caderno do Globo ): a história é sobre os Estados Unidos (logo sobre nós, completo eu), democracia, individualismo, e abre aspas uma questão decisiva da contemporaneidade: que sentido de alteridade estamos exercendo? O que significa “amigo” quando se lê, em redes sociais, a frase: “Você quer ser meu amigo?” fecha aspas.
O filme em si é uma narrativa feita sem imaginação ou qualidade artística (ressalva para a atuação honesta e correta de Jesse Eisenberg, o Zuckerqualquercoisa - que eu na hora confundi com o ator de Juno, 40 e poucos etc) sobre uma história chata: ser famoso, ganhar bilhões, não ser feliz na vida pessoal blá blá. Gostei um pouco da parte inicial, onde surge a ideia do site, dos algoritmos, um clima meio Uma Mente Brilhante, rabiscos na janela, universidade famosa (Princeton em vez de Harvard, mas enfim...).
Daí pra frente, salvo uma ou outra boa piada (afinal, estamos falando de roteiristas de Hollywood, por favor!), só me animei mesmo com a canção dos créditos (piada fraquíssima do contexto do filme com o título e a letra da canção, sutileza zero - afinal, estamos falando de roteiristas de Hollywood...), cuja origem foi uma ideia criativa de jovens que queriam melhorar sua vida social, antenar-se com o que havia de mais moderno no mundo na época e se possível ganhar algumas garotas.
40 e poucos, etc...