
Embalados em melodias bem desenhadas, espalham-se pelo disco versos como "Quem vive sofrendo, um dia se acostuma / Quem vive chorando, um dia se acostuma / Quem vive perdendo, um dia se acostuma / Ah, meu amor, se for pra acostumar / Prende a tristeza no pé da mesa / E vamos nos amar / Pra se desconhecer / Depois se acostumar" (Costume - Chico Saraiva, Celso Viáfora) ou "Usando as chaves da cidade / Eu tranco as portas / marginais / e o metrô / Será a cidade enfim / De mais ninguém / Só de nós dois / Eu quero a cidade assim / Não em milhões / toda pra nós dois / Carros bagunçados pelas ruas / quase tudo que passou / De rosto colado nós / dançamos sobre esse chão / multicolor" (Multicolor - Leo Bianchini, Fabio Barros)
Perfeitamente, de Fred Martins e Francisco Bosco, por Regina Machado
Reparem que a segunda estrofe da canção, que se inicia com o verso da gangorra, vem com ritmo acelerado e a melodia torna-se picada, nervosa, criando um efeito, digamos, dramático. O céu vai ficando claro, você me esquece e eu afundo. Essa foi digna do tempo do toca-discos, aliás em perfeito contaponto à proposta da letra de O Samba me Diz, que abre o disco, e da qual já falamos aqui.